Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez, é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra cobardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidirmos entre a alegria e a dor, entre sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade te sufoque, que a rotina te acomode, que o medo te impeça de tentar.
Desconfia do destino e acredita em ti. Gasta mais horas a realizar que a sonhar, a fazer que a planear, a viver que a esperar porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu !!!
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Quase ...
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3 comentários:
A vida é para ser vivida com entusiasmo, é curta demais para ser desperdiçada. É nossa obrigação
V I V Ê - L A !!!!!!!!
Besos Carolita, bués deles .
Bolas Charol, baixou a inspiração...
Assino por baixo!
O quase reflecte-se no facto de a vida ser feita de "ses". E os "ses" resultam das nossas proprias limitações de viver apenas uma vida de cada vez. O "se" nasce tanto do erro como da decisão correcta, porque tudo aquilo que existe é-o por definição e contraposição. O beijo que não deste, a palavra que se oculta, o trajecto para o trabalho ou para qualquer outro lugar.
Mas há também um outro quase: aquele que significa que nada é absoluto nem absolutamente classificável. Um quid na ponderação do dia a dia e que deve orientar as nossas acções. Rejeita-lo como modo de vida ou como aspirina comportamental aconselha-se. No mais, que não se discriminem as palavras.
E acredita que estive "quase" para não dizer nada...
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