quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ser honesto não é ser parvo. É ser sério.

Bom dia a todos !

Hoje de manhã li este artigo e achei por bem partilhar com todos vocês ... ;)

Beijocas e bom dia para todos


Os factores que originaram a crise em que vivemos são vários. No entanto, é possível identificar a honestidade como sendo o factor mais relevante. Mas há que falar de honestidade num sentido amplo, que incorpora responsabilização, ética, preocupação com o outro e com o bem-estar global da sociedade que, inclui, obviamente, o bem-estar individual de cada um de nós

Imagine-se um mundo em que nenhum de nós tem receio de ser atraiçoado, em que confiamos nas acções dos outros e que existe uma capacidade de diálogo, sereno e sério, entre aqueles com os quais temos relacionamentos. Um mundo em que existisse uma efectiva preocupação com a felicidade da sociedade e com a harmonia económico-ambiental e social. Imagine-se um mundo em que não se mente, em que não se omite e onde as frases são transparentes e verdadeiras. Onde as críticas são bem-vindas por serem construtivas e onde ninguém se regozija pela desgraça alheia. Onde existe cooperação entre várias partes para se atingir um fim comum, em vez de se destruir o projecto alheio em prol do nosso próprio. Um mundo onde o trabalho fosse um prazer e um divertimento, em vez de ser um tormento devido à malvadez ou egoísmo de alguns. Um mundo em que a cidadania está incutida nas acções diárias das pessoas. Não seria bom? Não teríamos todos nós muito menos stress? Não teríamos uma vida muito mais agradável?

Bem sei que o Homem não é racional e como tal muitas das vezes acaba por tomar decisões que o irão prejudicar mais tarde. Esta crise acaba por ser uma demonstração dessas acções. Mas, tal não significa que esqueçamos o papel da Honestidade e o valor que esta tem.

Este ano vamos ter três eleições. Muita coisa vai ser dita: críticas, propostas e promessas. Vamos assistir a um bombardeamento de argumentos, muitos dos quais não saberemos se são verdadeiros ou não. Vamos ouvir muitas intenções e vamos ficar com muitas dúvidas face à sua veracidade. Mas vamos ficar com esperança de que coisas novas e sensatas sejam feitas e que novas atitudes sejam implementadas pelos nossos políticos. Vamos ouvir muitos teóricos a opinar sobre o mundo empresarial sem nunca nele terem trabalhado, mas mesmo assim vamos estar crentes de que alguém desenvolverá políticas mais coerentes e realistas. E vamos votar.

Ser honesto não é ser parvo. Ser honesto é ser uma pessoa séria e o país precisa de governantes, empresários e cidadãos sérios.

Será que nestas três eleições alguém vai prometer ser honesto? Ou seja, será que nestas três eleições temos as pessoas de que o país precisa? Em prol da honestidade: espero que sim.
E os cidadãos? Somos nós o povo de que o país precisa? Penso que esta é a pergunta principal sobre a que todos devemos reflectir.


*Sofia Santos é economista e sócia-fundadora da Sustentare.

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