quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

PS ...

... desculpem-me os posts, quase sempre, muitos extensos!!! ;)

Estar de férias ...

... algo tao bom ... para organizar ideias, para dar descanso ao corpo, para ocupar a mente e as maos com outras tarefas que a rotina maluca do dia-a-dia faz adiar ... para relembrar e viver outras vivências !!

Por estes dias, em que literalmente tenho andado ao sabor de alguns pequenos prazeres, fui colocando a leitura em dia ... devo dizer-vos que já li e reli quase de seguida 6 livros ... sim, esses mesmos !! Algo que adoro, que consumo sempre que posso (este hábito acompanha-me desde que sei juntar as letras ... e perceber o significado delas ;)) e que tento manter-me sempre fiel, mesmo quando o meu dia-a-dia teima em reter a minha atençao em outros assuntos.

Um dos autores que já reli por estes dias foi Pedro Paixao. Gosto da escrita dele ... como analisa e esmiuça, como perspectiva as realidades ...

Hoje partilho com vocês alguns excertos do livro dele "Muito, Meu Amor" (1996):

"Quando é que isto vai acabar?
Isto, o quê?
Isto.
O amor?
Sim, pode ser, o nosso amor. Quando vai acabar o nosso amor?

Vai acabar quando não estivermos à espera que acabe, sem mesmo se fazer notar. Só depois, mais tarde, quando se tenta recordar e se começa a perguntar: como foi que aconteceu? e não se consegue voltar lá, só então se sabe que acabou o nosso amor. Vai acabar sem que saibamos. Só depois, quando já irreparável, é que ficamos a saber que há muito tempo, demasiado tempo, acabou o tempo do nosso amor, uma coisa passada.

E como é que vai acabar, diz-me se fazes favor. E porquê?

"(...) Não vale a pena pensares nisso. Nem no fim, nem no princípio. Não vale a pena sequer pensar no princípio nem no fim. Não existem sequer. O amor não tem tempo, vive sem nós. Nós é que vivemos no amor durante um tempo, num movimento do amor. Mas o amor, esse vai continuar, não tem maneira de acabar.

Sim, mas diz-me tudo, eu quero saber tudo, diz-me.

Se desesperas de um amor, procura outro. O amor tem mais caras do que todas as cores juntas, e há muitas coisas dignas de amar. E se deixas de acreditar no amor entre os humanos, nessa tristeza maior, procura o que é mais do que o humano para que possas, através dele, voltar a amar-nos, os abandonados. Mas tem cuidado em separar o que merece e o que nao merece o teu amor, ou pelo menos tenta separar, se bem que tudo, mas mesmo tudo, precise urgentemente de amor. Para nao te desperdiçares nao dês o teu amor a quem to tira. (...)

Estamos tão pobres de amor, meu amor. Sente-se tanto, nota-se tanto essa pobreza, esta falta, nunca tanto foi assim tanto, podes crer, meu amor.
É nesta falta, tão pobres dele, que ele cresce, tem de crescer ainda mais, acredita, meu amor.

E do que eu gosto mais em ti é dos teus defeitos, dos teus pecados, da tua mentira que odeias. Para se gostar mesmo, como eu gosto de ti, é preciso dar atenção ao de que não se gosta nada das outras vezes, mesmo nada, isso é que é gostar como eu gosto de ti, é isso, só isso, que me faz gostar de ti. As tuas qualidades dao-me tédio, já to disse mas repito, os teus feitos são mortais, mas os pecados, esses são só teus. E meus, se tu quiseres. E nao quero que te corrijas, comigo, pelo menos, nao quero. Mesmo que se torne dificil, insuportável, impossível de viver, tudo menos isso, até morrer. (...)

Para que queres tu que os meus lábios sejam só teus?
Porque só eles sao iguais aos teus.

E para que serve o amor, diz-me já.
Serve para perder o medo."

Vivam ... nao deixem que acabe ... mantenham-se atentos, vigilantes ... saboreiem bem o que vos rodeia ... nao questionem demasiado ... nao se percam em divagaçoes desnecessárias ... porque mesmo depois de alguns desvios de percurso, a vida acaba sempre por encontrar de novo o seu trilho ... de forma natural ...

Uma beijoca carinhosa :)

Deixa eu dizer ...

... que de vez em quanto tenho estes devaneios ... esta foi a música que hoje andei a trautear o dia todo ... como se tivesse uma lapa nos meus ouvidos e a letra nao me saisse da memória !!

Eheheheh ... podia ser algo bem pior ... ;)

Para todos aqueles que eu gosto ... uma beijoca do tamanho do mundo !!

Carol ;)



Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você?
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver


Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passeei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão

É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui?

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu gostar de você
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passeei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão

É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui?

Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui

Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you(bis)

Primo Basílio - Eça de Queiroz (1878)
(é recitado por Arnaldo Antunes na música)
" - Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo de estima por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim uma existência superiormente interessante
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações."

Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you
Amor I love you

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Zeca Afonso

Para todos ...

Hoje deixo-vos um link para um blogue dedicado a Zeca Afonso com a sua biografia, discografia, letras, homenagens, testemunhos e vídeos

http://delta02.blog.simplesnet.pt/

... recordarem e relembrarem !!

Beijos !!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hoje deve de ser um bom dia ...

... porque hoje, sem que nada de especial se prevesse, estou a receber mimos de vários lados ...

Não faço anos, não fiz nenhum feito especial - na volta fiz e não me lembro ... - não se avizinha nada de extraordinário ...

São mimos escritos, sinceros, sensíveis, directos ... e quem os escreveu conseguiu deixar-me com um sorriso nos lábios, quase meio tonto ...

Continuo a mesma Carol, mas devo estar a receber o retorno de alguma boa acção que fiz ... ;)

Para quem os escreveu - eles sabem quem são ;) - o meu bem-haja ... acompanhado de beijos do tamanho do mundo ...

Que todos vocês tenham também um dia tão BOM como o meu !! ;)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Os dias no tempo do amor ...

... mais um ...

Beijos,


São sempre tão compridos quando não te vejo, meu amor, e tão curtos quando chegas, apesar de conseguires sempre fazer parar os ponteiros do relógio ou até de os pores a andar ao contrário - parece-me que isso aconteceu outro dia, quando me encostaste à parede da entrada, mas não tenho bem a certeza, porque o amor cega e ensurdece e uma pessoa só ouve duas coisas, a batida do seu coração e a batida do coração do outro, que como bate a par com o nosso, acaba por ser só uma – por isso afinal talvez nem se tenham movido, porque sempre que tu chegas paras o tempo, os ponteiros têm medo de continuar a andar, por isso imobilizam-se, suspensos pelo fio da eternidade, à espera que tu saias e os deixes continuar a dar sempre a mesma volta, fechados dentro do relógio e deve ser por isso que se queixam, tic-tac,tic-tac, quem sabe, à espera que um dia alguém lhes abra o vidro e lhes resgate a liberdade, com a mesma doçura com que abres as portas do meu coração, quando entras, no fim dos dias compridos que morrem à tua chegada.

Nem sempre preciso de te ver, porque o amor que cega e ensurdece também mostra coisas que mais ninguém vê e eu vejo-te a trabalhar, a olhar para o relógio, a ver as horas a passar e a contar os minutos que faltam para que te abram o vidro do mostrador e resgates a tua liberdade, e depois vejo-te a entrar no carro e a abrir a janela, respirando fundo o ar que te traz até mim, anunciando na brisa mais inesperada o teu regresso a casa.

São sempre compridos mas sempre cheios, porque mesmo sem estares aqui os enches com a tua voz, que ficou pendurada num quadro, ou o teu sorriso, escondido entre dois livros, fica tudo guardado e registrado, é assim o amor, guarda sempre o melhor, por isso quando chegas, meu amor, pareces o ponteiro dos minutos, o mais ponderado porque se se atrasa não é grave como o das horas e se se adianta não é impaciente como o dos segundos e eu sou como a mulher do guerreiro, a vida ensinou-me a esperar, a compor fio a fio num enorme tear um manto que estará sempre meio bordado e meio por bordar, só para te poder ver chegar.

Por isso não corras, não te apresses, não partas o vidro do mostrador antes da hora, não te entristeças com a distância nem sintas pena de mim por te esperar tanto, porque o tempo é sempre pouco quando sei que estás próximo, os dias bons são os que te trazem até mim e todos os dias me trazem sempre algo de ti.

Às vezes interrogo-me onde vou buscar tanta serenidade na espera, como é que ainda acredito que posso cruzar a realidade com a perfeição, de onde vem toda esta luz que me transforma num farol e faz com que chegues sempre são e salvo, sem nunca, por uma vez que seja, te enganares no caminho. É que o amor, que às vezes também se engana, há outras em que acerta sem precisar do relógio, e quem sabe se nós não acertámos no tempo, no espaço e no modo, como fazem os nossos corações quando me encostas à parede e eu vejo tempo parar, suspenso num eternidade só nossa que me faz pensar que afinal valeu a pena esperar tanto tempo por ti. Por isso a espera é quase nada e quase tudo, é a tua imagem no ar, a tua luz no escuro, um fio firme e esticado que me vai guiando pela vida. A espera é só o tempo de deixar crescer aquilo que há de ser. E é sempre pouco, quando se tem tanto para dar e receber.

Pelo Sonho ...

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemose do que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

- Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama, in "Pelo Sonho é que Vamos"

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Líxivia ... e Santo António !! ;)

Fio condutor da história:

Escarlatina ... lixívia ... vapores ... sangria ... vinho tinto a respirar ... muitas gargalhadas !!

Confuso ? Desconexo ? Nem por isso ... foi o que ontem serviu de ponto de partida para um serao muito animado, com boas gargalhadas. ;)

Faço aqui publicamente uma confissao, para quem ainda nao sabe:

Eu sou alérgica a lixivia e a produtos amoniacais (passando a publicidade, tipo Sonasol Verde !).

Mas ontem à noite descobri que a lixivia pode ter efeitos colaterais muito curiosos ;), ainda por mais se forem potenciados por uma sangria adocicada ... ;) Se em mim provoca uma reacçao nas maos de me arrancar a pele (eu sei, mas é mesmo assim ...!) e o cheiro enjoa-me, em outras pessoas, pode colocá-las num estado extremo de boa disposiçao.

Estando nós na "confraria" de outro santo, em Sao Pedro de Sintra, um dos protagonistas da noite foi mesmo ... Santo António !! E de cabeça para baixo !! Devem ter sido influências da "lua" ... eheheh ;)... mas o estado de "desinfecçao" e confissao a que chegámos foi quase hilariante ;). A concorrência neste tipo de assuntos pode ser grande e para garantir a visita do padeiro, do carpinteiro ou do "espírito santo", todas as "armas" sao válidas.

Fiz pior ? Dei um nó ainda maior neste texto ? Eheheh

Misturando ainda um pouco e ligando a conversa de ontem com o dia que hoje muitos comemoram, decidi fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre "mezinhas" e simpatias relacionadas com St António que podem ... ou nao (depende do grau de crença de cada um !!) ... ajudar:


ALGUMAS SIMPATIAS DE SANTO ANTÓNIO
Conhecido, carinhosamente, como Antoninho, Santo António tem fama de casamenteiro. Dizem que as simpatias evocadas em seu nome dão certo. Aqui vao algumas:

1 – Quem deseja descobrir o nome do futuro companheiro deve comprar um faca e, à meia-noite do dia 12 de junho, cravá-lo numa bananeira. O líquido que escorrer da planta deve formar a letra do futuro amor.

2 – Uma das tradições mais antigas diz que, para descobrir o futuro companheiro, é preciso escrever os nomes dos candidatos em vários papéis. Um deles deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.

3 – Aqueles que têm pressa em arranjar um namorado devem comprar uma pequena imagem do santo. E para apressar a conquista do pedido devem ser feitas 2 coisas: tirar o Menino Jesus do colo do religioso, dizendo que só o devolverá quando conseguir um namorado, ou ainda, virar o Santo António de cabeça para baixo.


4 – O mais afoito tem ainda outro recurso. Deve ir a um casamento e dar como prenda aos noivos uma imagem de Santo António, sem o Menino Jesus. Depois, pedir no altar para se casar com alguém, especial ou não. Assim que a graça for alcançada, deve voltar à igreja e depositar lá a imagem do Menino Jesus.

5 – Para os que já estão acompanhados, mas ainda não casaram, também existem métodos específicos. A pessoa deve amarrar um fio de cabelo seu ao do namorado. Eles devem ser colocados aos pés do santo, que, logo, logo, resolve a questão.

6 – À meia-noite do dia 12 de Junho, parta um ovo dentro de um copo com água e coloque-o ao relento. No dia seguinte, interprete o desenho que se formou. Se aparecer algo semelhante a um vestido de noiva, véu ou grinalda, o casamento está próximo.

7 – Para a pessoa saber se o futuro companheiro será jovem ou mais velho, é preciso arranjar um ramo de pimenteira. De olhos fechados, ela deve pegar numa das pimenteiras. Se a escolhida for verde, ele será jovem. Caso contrário, o casamento acontecerá com alguém de idade avançada.

8 – A tradição popular acredita que há uma forma especial de fazer as pazes entre casais. Para isso, é preciso um cravo e uma rosa. Os pés devem ser presos juntos com uma fita verde, na qual serão dados 13 nós. Durante o procedimento, o devoto deve pensar que Santo António vai uni-los outra vez.

9 – Para descobrir se ainda faltam muitos anos para casar, na véspera do dia 13 de Junho, à meia-noite, amarre uma aliança – que pode ser de qualquer familiar – numa linha ou num fio. Coloque um copo sobre a mesa e segure o fio de modo que a aliança esteja dentro do copo. Pergunte, então, quantos anos faltam para o casamento. O número de batidas informa quantos anos ainda faltam para o Dia D.


Bem, e depois de todo este "parlapier" tenho que vos dizer que foi uma noite bem muito bem passada ...

... e façam o favor de continuar sempre com as gargalhadas e sejam FELIZES !!!

Beijocas para todos ;)




quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Uma prenda diferente ...

Esta semana é para mim dificil, apenas porque a minha memória insiste em relembrar anos anteriores em datas que ocorrem por estes dias. Já as relembrei com tristeza, com saudade, raiva quase, mas hoje revivo-as com carinho, com a ajuda preciosa do tempo, que à distância nos permite encaixar tudo melhor.

Dedico estas palavras, em jeito de carta aberta, a uma pessoa especial na minha vida ... que sabe bem quem é ... ;)

Eu tinha pensado em vários presentes para te dar, faço sempre isso com as pessoas de quem gosto. Gosto de me demorar a sonhar com aquilo que lhes pode dar prazer e tenho prazer em dar. Sei que há nisso qualquer coisa de compulsivo, uma espécie de acto involuntário e quase inconsciente, mas como no meu dicionário dar e amar querem dizer a mesma coisa, aceito-me como sou, tentando oferecer o que posso sem cair na insensatez de dar aquilo que as pessoas não sabem, não podem, ou não querem receber.

E foi a pensar assim, enquanto folheava o diário do meu amor por ti (sabes que desde pequena que gosto de andar com cadernos e canetas na mala, onde vou escrevendo os meus rascunhos e pensamentos) que decidi não te dar nada, a não ser estas palavras que podes guardar, quem sabe, para sempre no teu coração desencontrado e azul onde a solidão reina acima de todas as coisas. Leio o pequeno caderno escrito só nas primeiras páginas e tento reconhecer-me nas palavras de amor que te escrevi, mas há uma distância natural que me separa delas, como se a pouco e pouco, sem saber bem nem como nem porquê, o meu coração se fosse esquecendo de te sentir, embora saiba que tudo o que lá está é sincero e verdadeiro.

As palavras guardam o que julgamos ter perdido para sempre, é por isso e para isso que escrevemos, para resgatar o impossível, porque o amor, por mais puro e forte que seja, não resiste à solidão e ao abandono, muito menos a outro amor que nos fecha o mundo nas mãos.

Não sei como pude nascer assim, com um coração como o universo que cresce todos os dias e se multiplica em espaço e capacidade, mas quando olho para trás e vejo como te amei, fico espantada como afinal, de uma forma simples, te consegui arrumar num canto só teu, sabendo que provavelmente não voltarás a sair dele, que os meus braços não te voltarão a abraçar antes de adormeceres para te protegerem dos fantasmas e de outras mulheres, que o nosso amor teve, como quase todas as mais belas histórias de amor, princípio, meio e fim e que o fim está aqui, nas palavras que te deixo.

Outro dia disseram-me que o problema da felicidade é o amor e a continuidade. Ou a obrigação do amor e do sofrimento para lá chegar. E como não pode ser um acto contínuo, a felicidade é uma paradoxo. A felicidade – ou o amor - dão muito trabalho e algum sofrimento, para depois acabarem. É por isso que tantas pessoas vegetam numa existência dormente entre electrodomésticos, preferindo a ilusão soporífera da felicidade a ter que lutar por ela. E depois existem aqueles que, mesmo depois de bater com ossos no chão, se recusam a desistir, mesmo que errem tantas vezes, porque estarão sempre dispostas a sentir que pertencem ao mundo.

Eu estou do lado de cá e quero-te puxar o lado direito da vida, onde as pessoas lutam pela felicidade e pelo amor. Sei que é muito mais difícil viver assim, mas acredita que vale a pena. É este o presente que te dou. Posso-te puxar quando quiseres, e mesmo que não te abra os braços, estendo-te a mão a pedir baixinho que não desistas de crescer, de olhar para dentro do teu coração e de escolheres o caminho mais difícil, o único que te poderá levar onde mais precisas, isto é, dentro de ti.

Um beijo carinhoso ...

Passa por aqui ... ;)

Hoje apresento-vos um site que nos pode ser a todos muito útil ... ;)

http://www.passaporaqui.com

Passa Por Aqui é o nome de um novo site com conteúdos portugueses sobre lazer, cultura e arte que está online desde ontem. Disponível em www.passaporaqui.com, o projecto faz parte da empresa Social Orchard Lda, formada para o efeito. No site, são os próprios utilizadores que inserem conteúdos sobre eventos de lazer, cultura e arte, promovendo-os consoante a região do país. “Visto que a inserção de conteúdos é gratuita somos financiados, sobretudo pelos anúncios online que angariamos. Até ao momento, os nossos principais anunciantes são a TAP, a Lufthansa, City Banco e Deco Proteste. Para além da publicidade, o projecto também recolhe receitas de uma área do site onde as entidades poderão dar mais ênfase ao seu projecto promovendo-o num espaço destinado para o efeito”, afirma Ricardo Oliveira, CEO da Social Orchard, sem revelar investimentos.

Com uma equipa de três elementos, o projecto tem como objectivo, a um ano, alcançar os 100 mil utilizadores mensais. Para promover o Passa Por Aqui, Ricardo Oliveira diz que tem sido enviado aos departamentos de marketing das várias entidades ligadas à área comunicados de divulgação do projecto. “Temos também publicidade na internet, nomeadamente no programa de anúncios do Google”, acrescenta.

Mais projectos poderão estar na calha, segundo adiantou o CEO da Social Ochard: “Queríamos focar-nos na área das comunidades na internet, sobretudo explorarmos mais profundamente as plataformas sociais”.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Fim de semana cinematográfico ...




Este fim de semana decidi fazer uma verdadeira maratona cinematográfica ... 4 filmes em 2 dias !!

"Quem quer ser bilionário ?" - Slumdog Millionaire, de Danny Boyle
"Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen
"Revolutionary Road", de Sam Mendes
"O Estranho Caso de Benjamin Button", de David Fincher

Gostei dos 4, cada um de forma diferente, mas destaco o que me surpreendeu mais. Um filme com um orçamento reduzido, num cenário em tudo surpreendente e realista. Recomendo vivamente ... :) Acredito que as 10 nomeaçoes aos Oscares 2009 são capazes de despertar a vossa curiosidade para assistir a este filme como despertou a minha !!


Uma pequena produção com muita diversidade. Esta é a minha definição para este filme de Danny Boyle. Um filme com complexidade de sentimentos humanos e demonstrando características intrínsecas do amor, são estes os conceitos base deste filme. A vida que pode ser mudada do dia para a noite, sonhos que se realizam com muito custo, vidas sofridas, raiva, decepção e amor.. muito amor !

“Quem quer ser bilionário?” conta a história de Jamal, um miúdo simples, pouco audacioso mas que sonha em ter uma vida digna. Resolve participar no concurso televisivo "Quem quer ser milionário?", e no meio de perguntas e respostas, Jamal vê sua vida mudar para melhor, ao receber muito dinheiro a cada resposta certa.

Nos primeiros minutos, o filme começa com a pergunta: como é que um miúdo de um bairro de lata conseguiu chegar ao escalao máximo do concurso televisivo. Dao-se as alternativas. E logo de seguida mostra o Jamal a ser brutalmente torturado. O ponto de partida está lançado nesta aventura ...

O filme inicia-se com cenas do próprio final. Após a introdução, voltamos ao tempo cronológico dos acontecimentos, começando com a infância de Jamal. A diversidade de acontecimentos que antecedem a cena inicial é impressionante. O filme é tão denso, que nem me consigo lembrar de todas as aventuras e desventuras que Jamal e o irmão Salim passam. Aventuras, escorregadelas,correrias, sofrimento, felicidades, mistérios, descobertas, novas amizades e muito "jogo de cintura" para sairem de situaçoes mais complicadas. A forma como todas as cenas sao encadeadas é fabulosa. A famosa curiosidade que matou o gato, deixa-nos rendidos a toda a história.

O fio condutor do filme é que faz a ligaçao com os factos que já aconteceram com os que ainda vao acontecer.

Incrivelmente sensacional, é de facto um filme explêndido. Recomendo seriamente .... :)




sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fascinação ... :)

Bom dia a todos,

Hoje esta foi a primeira música que ouvi esta manhã .... partilho com vocês a saudosa e fascinante Elis Regina ...

Beijocas grandes e bom dia de trabalho :)

Fascinação

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Um amor perfeito ... ;)

Tal e qual ... :)


"Há dias em que acordo com dez anos, o cabelo despenteado e os olhos a brilhar como duas estrelas. Podes estar ou não ao meu lado a dormir como uma criança, ou a viver na minha memória, mas sinto sempre o teu cheiro a leite e oiço a tua respiração regular e vejo o teu peito a subir e a descer ao ritmo do teu coração. O ar enche-se de açúcar em camadas invisíveis que se espalham por toda a casa e nos acompanham à rua quando saímos, sempre atrasados, porque nunca nos queremos separar.

Enquanto guio pela cidade e resolvo a minha quase infindável lista de tarefas, tu vais sentado ao meu lado, vejo-te de óculos escuros, oiço-te a cantarolar e sinto a tua mão esquerda sobre as minhas pernas. Nos sinais vermelhos, se fechar os olhos e me concentrar, a tua boca vai escorregar pelo meu pescoço acima até dobrar a linha do maxilar e percorrer a minha cara até chegar à minha boca para mergulhares em mim como uma onda salgada e doce, num beijo profundo e demorado.

Às vezes os outros carros buzinam porque estou distraída, mas não me importo, faço tudo devagar, com a doçura e a sabedoria dos eternos apaixonados que vivem a sonhar acordados, que viajam para outras cidades em sonhos, que adivinham o futuro melhor do que qualquer cartomante, que imaginam cada dia como o dia perfeito das suas vidas.

Tu és o meu amor perfeito. Não sei exactamente quem és nem em que cidade vives, mas és muito bonito, tens um coração onde cabe o mundo inteiro, gostas de ler e de rir e os teus amigos dizem que és o melhor amigo do mundo. Gostas de viajar, falas várias línguas e consegues fazer piadas em todas elas. Andas de ténis e de calças com bolsos, tens uns olhos enormes e o cabelo despenteado. Nunca serás um senhor de fato e gravata, nunca serás administrador de um banco, nunca chegarás a casa com cara de chato, como fazem aqueles maridos que deixam crescer a barriga, andam de pantufas e passam horas colados aos canais de desporto.

Tu és o meu amor perfeito, que me compra colares e me escreve bilhetes, que me dá a mão na rua, que me abraça no meio de todas as praças e me leva para a cama sem hora marcada. Tens um sorriso enorme e sempre que olhas para mim, sinto uma fábrica de borboletas no estômago e tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo, porque sabes fazer-me a pessoa mais feliz do mundo.

Não sei em que país vives ou de que planeta desceste, mas tenho a certeza que vives na terra e que, tal como eu, sonhas com um amor perfeito, feito de paz e de açúcar, um amor seguro e tranquilo que a distância não mata nem o silêncio consome. Pode ser que te torne mesmo verdade e um dia destes entres pela porta da minha casa e me digas que nunca mais te vais embora. Mas, mesmo que nunca venhas, és o meu amor perfeito, a imagem idealizada do que desejo e mereço, o sonho que me faz acordar e sentir-me outra vez com dez anos, com estrelas no olhos e o coração cheio de açúcar."

O dom feminino

"As mulheres aprendem a observar nos outros aquilo a que mais tarde chamam intuição. É uma qualidade quase exclusiva do foro feminino e é por isso que os homens que também a possuem chegam mais longe. A essa capacidade de antecipar a realidade, de ler no olhar uma subtileza, de interpretar a vontade e o medo nas batidas de um coração, os homens chamam-lhe instinto, as mulheres, intuição.

É a intuição que diz a uma mulher que está a gerar uma criança mesmo antes de fazer o teste da gravidez, que indica os caminhos do coração quando a dúvida se instala, que lhe diz quando deve lutar por um homem ou desistir dele. É uma espécie de mapa interior, de guia invisível, de alarme adiantado à inevitabilidade da vida. A estes sinais, dados pelo acaso, por um centésimo de segundo de silêncio ou na troca furtiva de um olhar, é preciso interpretar o que sente e a partir daí perceber o que pode acontecer.

Nunca acreditei em bruxas nem adivinhos, prefiro lê-los nas histórias do que vê-los ao vivo a deitar cartas ou a atirar búzios ao ar, até porque acredito que o futuro é bom exactamente pelo desconhecido que guarda, mas já acertei demasiadas vezes nas previsões que fiz para poder desconsiderar a minha intuição.

O lado mau da involuntária omnisciência é conseguir cada vez menos que a vida me surpreenda, o que faz com que assista, quase de braços cruzados, a mudanças que não quero e nem sempre consigo aceitar. O lado bom é a antecipação de uma nova realidade e o tempo de preparação para enfrentar a tempestade que se avizinha, como fazem os habitantes das cidades por onde passam os furacões, trancando com tábuas a casa e o coração e esperando que passe depressa e provocando os mínimos danos possíveis.

Vejo a intuição como um atributo da alma, um dom guardado entre o coração e a cabeça, para lá da inteligência e da razão. Uma espécie de voz acima da realidade, como um balão a gás quente que consegue ver mais longe do que o olhar alcança, um código de barras que se descodifica a ele próprio, um telescópio da anatomia dos sentimentos, porque tem muito mais a ver com o que se sente do que com o que se pensa, com o que se imagina do que com o que se vê, com o que se teme do que com o que se deseja, sentindo como certo aquilo que o entendimento ainda não captou.

E é por isso que, quando o alarme começa a tocar, primeiro baixinho em tom de aviso, e depois, cada vez mais alto até me ensurdecer com a evidência que se aproxima, respiro fundo para ganhar forças e lembro-me que o futuro não é mais do que a projecção das sombras do meu passado, um lugar cómodo para arrumar os sonhos, no qual a imprevisibilidade e o mistério reinam e onde, talvez e apenas aí, a intuição descanse da sua sabedoria. Prefiro ter o dom da intuição a esperar placidamente pelo desconhecido, mesmo quando o desconhecido me traz todos os sonhos numa bandeja."

Margarida Rebelo Pinto - 2006