segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Porque tem que ser ...

Ctrl + A ...

Delete ...

Reset ...

e

Restart ...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Para a minha Mãe ... :)


Porque hoje o dia é só dela, para ela hoje vão todas as minhas atenções e carinhos ... muitos e muitos Parabéns, mamã !! :)

Palavras para a Minha Mãe

mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"


domingo, 12 de setembro de 2010

Remenber it ... :)


Beijos para ti ... C.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

El Chupete ... :)

Hoje vou mostrar-vos alguns exemplos menos conhecidos, menos divulgados do que fazemos em COMUNICAÇÃO ... fazemos sempre tanto ... porque todos nós estamos sempre em permanente comunicação, nas mais variadas formas.

Apresento-vos um vídeo que ganhou em 2006 o prémio El Chupete Solidário, uma campanha da Cruz Vermelha da Catalunha. Uma ideia tão simples, mas tão tocante ... tão eficaz ... como desde pequeno os bons exemplos, as melhores atitudes devem ser apreendidas :)

Aproveitem ... são apenas 36 segundos ... :)

El Chupete é o primeiro Festival Internacional de Comunicação Infantil. Um festival independente que visa recompensar os melhores trabalhos de cada ano com os valores criativos, destinados a crianças (1).

Este festival tem como objetivo dar reconhecimento profissional para todos os anunciantes, agências de publicidade e empresas de produção que investem a maior parte de seus esforços neste tipo de comunicação. Premiar a Comunicação Responsável.

El Chupete é um Festival apoiado pelas principais associações do sector, que visa educar os anunciantes, agências e meios de comunicação social que se dirigen às crianças, a grande importância da comunicação e da responsabilidade que isso implica.

El Chupete, na sua sexta edição, continua a ter a participação do mercado latino-americano, já que é um mercado emergente que tem um potencial influente no setor infantil e um elevado grau de responsabilidade.

El Chupete premeia a melhor comunicação infantil em quinze categorias:
- Cinema / TV
- Gráficos
- Embalagens
- POP
- Música, Jingles e Rádio
- Interactive
- Mascote / Character Kids
- Campanhas Promocionais
- Philadelphia Eventos
- Meios e Suportes
- Campanha sem fins lucrativos
- Campanha temática em Edição
- Campanha de Comunicação, Imprensa e Relações Públicas
- Televisão: séries de ficção destinadas às crianças
- Cinema: Longa-metragem dirigida às crianças

Além de premiar os melhores trabalhos criativos, El Chupete destina-se a criar um forum reflexão sobre os desafios e oportunidades do mercado da publicidade e comunicação infantil. Este é desenvolvido através de palestras, conferências e painel de discussão sobre as últimas tendências na publicidade para crianças, que reúne os melhores profissionais, pesquisadores e especialistas neste mercado.

(1) Entende-se por publicidade infantil, toda a publicidade que um produto ou serviço, cujo público-alvo final é a criança. Em termos de idade, consideram-se as crianças com idades dos 0 aos 16 anos. Esta publicidade não é necessariamente exclusiva à criança, significa que pode ser uma comunicação dirigida à criança, os pais ou familiares.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Deliciem-se ... :)


Deliciem-se com este blogue ... deixo só uma foto para vos aguçar a curiosidade ... feito por uma copy publicitária, recentemente mamã ... :)


Beijocas ... )


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Foi um MAR de Boas Canções ... Pleno de EMOÇÕES :)


Charraz, meu querido ...

Amei ver-te em palco no sábado ... 10 músicas fabulosas ... com 6 músicos em palco do melhor .. e tu, simplesmente no teu melhor ... a florescer a cada dia que passa.

Este foi o primeiro de muitos concertos e cada vez com mais audiência ... pela parte que me toca ... estarei sempre lá ... presente ou ausente ... torcendo pela concretização do teu sonho :)

Tudo o que precisares, além do meu entusiasmo constante ... sabes onde estou :)

Uma beijoca carinhosa e uma vez mais .... muitos PARABÉNS :)

PS: Hoje sou eu que te abraço ... pelo excelente momento que nos proporcionaste no sábado :)


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mergulha ... Sonha ... (sempre) :)

Mergulha nos Sonhos

mergulha nos sonhos
ou um lema pode ser teu aluimento
(as árvores são as suas raízes
e o vento é o vento)

confia no teu coração
se os mares se incendeiam
(e vive pelo amor
embora as estrelas para trás andem)

honra o passado
mas acolhe o futuro
(e esgota no bailado
deste casamento a tua morte)

não te importes com o mundo
com quem faz a paz e a guerra
(pois deus gosta de raparigas
e do amanhã e da terra)

E. E. Cummings, in "livrodepoemas"

domingo, 1 de agosto de 2010

Onde estás ?

Olho em minha volta e nao te vejo, nao te sinto .... bolas, tenho saudades tuas ... tantas .... mais do que aquelas que supoes ... quando regressas ?

Tenho saudades de ti, do teu riso, dos teus abraços apertados, calorosos .... temos vidas aceleradas, muito corridas, com muito de tudo pelo meio ... que por vezes é dificil encontrar o equilibrio, de dar atençao a tudo e a todos ...

Mas é preciso fazer um esforço, grande se preciso for ... ok ? ;)

Beijos .... C. :)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vivam a Vida .... :)

RIR é sempre um óptimo remédio ... e este SENHOR proporcionou-nos tantas, mas tantas boas gargalhadas :)

Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento. Agradeçam, e não deixem nada por dizer, nada por fazer.” by António Feio


sábado, 12 de junho de 2010

Entre mis recuerdos ...

... que sao tantos ... :)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hoje estou assim ...

... ... ...

Apesar de tudo, um beijo carinhoso para vocês ...

C.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os Gemeos no CCB

De 17 de Maio a 18 de Setembro, para verem no CCB ... recomendo !! :)

Beijocas para todos,

C.



sábado, 15 de maio de 2010

Tem alturas assim ...

... em que nos isolamos mais pelos diversos motivos ... e deixamos de dar notícias ... e por isso desculpem-me ... :)

E hoje porque me apetece mesmo muito ouvir Miss Lee, deixo-vos esta música:

Beijocas grandes para todos ... creio que eles sabem bem a quem me refiro :)


terça-feira, 20 de abril de 2010

Homenagem a 2 Mulheres ... :)

Porque hoje Rosa Lobato Faria chegaria à belíssima idade de 78 anos ... deixo-vos com esta música com letra dela e entoada por uma das vozes mais bonitas .... e assim presto homenagem às duas :)

Beijocas para todos


domingo, 18 de abril de 2010

Limpa Palavras ...

"Limpo palavras.

Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.

Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.

A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papéis no ar e
é preciso fechá-la na arrecadação.

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.

A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se.
As outras já lá vão, belas palavras lisas
e lavadas como seixos do rio:
a palavra ciúme, a palavra raiva, a palavra frio.

Vão à procura de quem as queira dizer,
de mais palavras e de novos sentidos.
Basta estenderes a mão
para apanhares a palavra barco ou a palavra amor.

Limpo palavras.
A palavra búzio, a palavra lua, a palavra palavra.
Recolho-as à noite, trato delas durante o dia.
A palavra fogão cozinha o meu jantar.
A palavra brisa refresca-me.
A palavra solidão faz-me companhia."


Álvaro de Magalhaes

terça-feira, 30 de março de 2010

"La donna non è un Playmobile"

"É um erro pensar que nós, homens, nos preocupamos muito com a mulher ideal. Nada de mais falso. A espécie masculina gasta poucas energias em demanda dessa Deusa Infinita. A excepção serão talvez os travestis, que buscam tornar-se na mulher mesma que idealizam, numa gesta que tem tanto de poético e alquímico como de trágico e cómico. Mas, embora seja uma tese interessante a discutir, não me parece que a mulher ideal deva ter pilinha.

A mulher ideal… Essa é boa. Vou tentar responder, ou aproximar-me o mais possível de uma resposta. Primeiro, recorramos ao método científico: que atributos essenciais terá uma mulher de ter para se candidatar ao título de mulher ideal? Vejo quatro:

a) Ser mulher;
b) Pensar como uma mulher;
c) Sentir como uma mulher;
d) Agir como uma mulher.

Estabelecidos estes princípios, e visto que são bons, posso descansar e ver a boa obra? Infelizmente não, falta o mais difícil. Explicar o que se entende por ser, pensar, sentir e agir «como uma mulher».

Aqui vejo-me tentado a professar o que a minha douta cabeça define serem as marcas da feminilidade, mas o tipo de homem que eu sou foi treinado para resistir à tentação. Penso mesmo que aí reside o busílis da mulher ideal: ela é o espelho, o fantasma, do fantasma de homem que cada homem concreto foi treinado para ser. Esse reverso é mais fácil de identificar nos homens que têm uma fixação concreta. Por exemplo, um homem inseguro desejará uma mulher dócil, um sádico, uma masoquista, um pobre uma rica. Felizmente, a maioria das pessoas são mais complicadas do que isto, e podem ter um atributo dominante (a neura, a timidez, a boa disposição) mas não único. Há de tudo no mundo? Pois também há de tudo dentro da cabeça humana.

Imprevisível mas leal, firme mas dulce, apaixonada mas não possessiva, estimulante mas pacífica, teimosa mas humorada, com eles no sítio mas apenas em linguagem figurada – será isto o que eu quero numa mulher? Não, nem por isso. O que eu quero e espero numa mulher é que ela se chame Clara, Efrat, Martha, Ilse, Yoko, Beatrix… Que ela me desperte o interesse por qualidades cuja existência eu desconhecia e me leve a tolerar-lhe fraquezas que eu não seria capaz de aturar.

Mas isso, sei hoje, depende do investimento do homem que diz «eu». O amor é como um casino: uma pessoa recebe sempre na proporção do que apostou. Camões disse: «Transforma-se o amador na cousa amada/por virtude do muito imaginar». É a opinião dele. A minha é mais prosaica: quem quer ver vê; quem não quer ver não vê. A única mulher ideal é a mulher real, escolham uma de entre os três biliões de espécimes que há no planeta – o resto é mau cinema.

Só o conhecimento traz verdadeira felicidade. Aplicar a uma pessoa modelos abstractos e desapontarmo-nos com ela porque não corresponde às nossas expectativas é um dos comportamentos humanos mais patéticos.

De vez em quando, sobretudo em revistas femininas, buscam o homem ideal: e ele tem sempre o corpo do Harrison Ford, o carisma do Sean Connery, o humor do Woody Allen, o cérebro do Einstein e a idade do Leonardo DiCaprio. É caso para dizer, amigos e amigas, essa experiência de conjugar a excelência num só corpo já foi feita e o resultado tem um nome: monstro de Frankenstein.

A idealização da mulher, além de nociva, parece-me não passar de um truque de homens desonestos e nabos para enganar a próxima. Sempre aconselhei as minhas amigas a desconfiarem dos tipos que as endeusam, que lhes chamam «minha rainha», e patacoadas do género. Geralmente, a única coisa que eles querem é tornar-se, eles próprios, reis. Infelizmente, no mundo há mais príncipes encantados a transformarem-se em sapos do que sapos em príncipes encantados.

Pela minha parte, tenho a noção de ter sido privilegiado. Conheci pelo menos mil e três mulheres que perfazem o meu ideal. É que eu gosto de pessoas com defeitos.

(Aliás, agora que ninguém nos ouve, é por isso que gosto de mulheres.)"

by Rui Zink in "Luto pela felicidade dos portugueses - Crónicas Benditas"

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tempo de Delicadeza ...

TEMPO DE DELICADEZA

"Sei que as pessoas estão pulando na jugular uma das outras.

Sei que viver está cada vez mais dificultoso.

Mas talvez por isso mesmo ou, talvez, devido a esse maio azulzinho, a esse outono fora e dentro de mim, o fato é que o tema da delicadeza começou a se infiltrar, digamos, delicadamente nesta crônica, varando os tiroteios, os seqüestros, as palavras ásperas e os gestos grosseiros que ocorrem nas esquinas da televisão e do cinema com a vida.

Talvez devesse lançar um manifesto pela delicadeza. Drummond dizia: "Sejamos pornográficos, docemente pornográficos". Parece que aceitaram exageradamente seu convite, e a coisa acabou em "grosseiramente pornográficos". Por isso, é necessário reverter poeticamente a situação e com Vinícius de Morais ou Rubem Braga dizer em tom de elegia ipanemense:

Meus amigos, meus irmãos, sejamos delicados, urgentemente delicados.

Com a delicadeza de São Francisco, se pudermos.

Com a delicadeza rija de Gandhi, se quisermos.

Já a delicadeza guerrilheira de Guevara era, convenhamos, discutível. Mas mesmo ele, que andou fuzilando pessoas por aí, também andou dizendo: "Endurecer, sem jamais perder a ternura".

Essa é a contradição do ser humano. Vejam o nosso sedutor e exemplar Vinícius, que há 20 anos nos deixou, delicadamente.

Era um profissional da delicadeza. Naquela sua pungente "Elegia ao primeiro amigo" nos dizia:

Mato com delicadeza. Faço chorar delicadamente.

E me deleito. Inventei o carinho dos pés; minha alma

Áspera de menino de ilha pousa com delicadeza sobre um corpo de adúltera.

Na verdade, sou um homem de muitas mulheres, e com todas delicado e atento.

Se me entediam, abandono-as delicadamente, despreendendo-me delas com uma doçura de água.

Se as quero, sou delicadíssimo; tudo em mim

Deprende esse fluido que as envolve de maneira irremissível

Sou um meigo energúmeno. Até hoje só bati numa mulher

Mas com singular delicadeza. Não sou bom

Nem mau: sou delicado. Preciso ser delicado

Porque dentro de mim mora um ser feroz e fraticida

Como um lobo.

Esta aí: porque somos ferozes precisamos ser delicados. Os que não puderem ser puramente delicados, que o sejam ferozmente delicados.

Houve um tempo em que se era delicado. E houve um tempo em que, citando poetas, até se citava Rimbaud. Esse Rimbaud que Paulo Hecker Filho acabou de retraduzir no livro Só poema bom e o Leandro Konder reinventou numa moderna trama policial em A morte de Rimbaud.

Pois aquele Rimbaud, que aos 17 anos já tinha feito sua obra poética, é quem disse um dia: "Por delicadeza, eu perdi minha vida."

Intrigante isso.

Há pessoas que perdem lugar na fila, por delicadeza. Outras, até o emprego. Há as que perdem o amor por amorosa delicadeza. Sim, há casos de pessoas que até perderam a vida, por pura delicadeza. Não é certamente o caso de Rimbaud, que se meteu em crimes e contrabandos na África. O que ele perdeu foi a poesia. E isso é igualmente grave.

Confesso que buscando programas de televisão para escapar da opressão cotidiana, volta e meia acabo dando em filmes ingleses do século passado. Mais que as verdes paisagens, que o elegante guarda-roupa, fico ali é escutando palavras educadíssimas e gestos elegantemente nobres. Não é que entre as personagens não haja as pérfidas, as perversas. Mas os ingleses têm uma maneira tão suave, tão fina de serem cruéis, que parece um privilégio sofrer nas mãos deles.

Tudo é questão de estilo.

Aquele detestável Bukovski, sendo abominável, no entanto, num poema delicado dizia que gostava dos gatos, porque os gatos tinham estilo. É isso. É necessário, com certa presteza, recuperar o estilo felino da delicadeza.

A delicadeza não é só uma categoria ética. Alguém deveria lançar um manifesto apregoando que a delicadeza é uma categoria estética.

Ah, quem nos dera a delicadeza pueril de algumas árias de Mozart. A delicadeza luminosa dos quadros dos pintores flamengos, de um Vermeer, por exemplo. A delicadeza repousante das garrafas nas naturezas mortas de Morandi. Na verdade, carecemos da delicadeza dos adágios.

Vivemos numa época em que nos filmes americanos os amantes se amam violentamente, e em vez de sussurrarem "I love you" arremetem um virótico "Fuck you".

Sei que alguém vai dizer que com delicadeza não se tira um MST - com sua foice e fúria - dos prédios ocupados. Mas quem poderá negar que o poder tem sido igualmente indelicado com os pobres deste país há 500 anos?

Penso nos grandes delicados da história. Deveriam começar a fazer filmes, encenar peças sobre os memoráveis delicados. Vejam o Marechal Rondon. Militar e, no entanto, como se fora um místico oriental, cunhou aquela expressão que pautou seu contato com os índios brasileiros: "Morrer se preciso for, matar nunca".

A historiadora Denise Bernuzzi de Sant'Anna anda fazendo entre nós o elogio da lentidão, denunciando a ferocidade da cultura da velocidade. É bom pensar nisso. Pela pressa de viver as pessoas estão esquecendo de viver. Estão todos apressadíssimos indo a lugar nenhum.

Curioso. A delicadeza tem a ver com a lentidão. A violência tem a ver com a velocidade. E outro dia topei com um livro, A descoberta da lentidão, no qual Sten Nadolny faz a biografia do navegador John Franklin, que vivia pesquisando o Pólo Norte. Era lento em aprender as coisas na escola, mas quando aprendia algo o fazia com mais profundidade que os demais.

Sei que vão dizer: "A burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo não nos deixam ser delicados."

- E eu não sei?

Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E, se necessário for, cruelmente delicados."

(Affonso Romano de Sant'Anna)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Desculpem-me todos os outros ... mas o meu PAI é o melhor do MUNDO !!! :)



Para todos os pais e em especial para o MEU PAI, aqui vai uma beijoca do tamanho do mundo :)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Algo que quero partilhar com TODOS ... sem EXCEPÇÃO :)

Muitos já conhecem, outros nem por isso mas continua a ser um dos meus anúncios favoritos. (no fundo uma boa lição de vida).

*Com o nome "Sunscreen", este filme foi produzido em 1999 pela agência DM9DDB, por Erh Ray e José Henrique Borgui. A ideia para o "spot" foi pensada através de discurso feito por um orador numa cerimónia de formatura nos EUA no ano de 1997.

Enjoy!


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Invictus" ...

Vi há dias este filme e simplesmente adorei ... a história, as interpretações, tudo.

No filme "Invictus", que conta a história de como Nelson Mandela (Morgan Freeman) uniu forças com o capitão da equipa de rúgbi da África do Sul, Francois Pienaar (Matt Damon), para ajudar a unir a nação. Henley, poeta inglês nascido em 1849, teve uma vida difícil. Tuberculoso desde os 12 anos, teve a perna esquerda amputada aos 16, por causa da doença. Trabalhou para sustentar a mãe e os irmãos após a morte de seu pai e perdeu sua única filha, de 6 anos, vítima de meningite. O poema foi escrito no hospital.

Invictus


Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

- William Ernest Henley

Invictus

(Título Original: "Invictus")
Autor: William E Henley


Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - erecta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Rosa esvoaçante" ... ;)

... a actuaçao da Pink na cerimónia dos Grammy's 2010. Vejam ... :)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quem me quiser ...

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato Faria (1933-2010)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Feliz 2010 ... ;)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade